Amazônia Que Eu Quero: Painel discute soluções para destinação de resíduos na Amazônia durante a COP30
Painel Amazônia Que eu Quero debate resíduos na Amazônia
A Fundação Rede Amazônica realizou nesta quarta-feira (12), em Belém, no Pará, mais uma edição do Painel Amazônia Que Eu Quero, com o tema “Gestão de Resíduos Sólidos”. O encontro aconteceu em um cenário especial: a bordo da embarcação Banzeiro da Esperança, projeto da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), que está ancorada na Estação das Docas, em Belém, e integra a programação paralela da COP 30.
O painel reuniu especialistas, gestores públicos e representantes do setor privado para discutir soluções sustentáveis e políticas públicas voltadas à destinação correta de resíduos na Amazônia, um dos grandes desafios ambientais da região.
Entre os participantes estiveram o ex-ministro do Meio Ambiente e conselheiro da FAS, José Carlos Carvalho, o diretor de negócios da Guamá Tratamento de Resíduos, Reginaldo Bezerra, e o fundador da Virada Sustentável, André Palhano.
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Durante a discussão, André Palhano destacou que o país ainda enfrenta grandes defasagens na implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, especialmente em relação à erradicação dos lixões e à ampliação da coleta seletiva.
"Esse é um desafio enorme. A solução, como debatido aqui, passa por uma responsabilidade compartilhada — do cidadão, das empresas e do poder público. Só de forma integrada conseguiremos enfrentar esse problema que afeta todas as grandes cidades brasileiras”, afirmou Palhano.
O ex-ministro José Carlos Carvalho também ressaltou que a gestão de resíduos sólidos está diretamente ligada às mudanças climáticas e à necessidade de repensar a relação da sociedade com a natureza.
“Embora não pareça, no mundo tudo está ligado a tudo. Há uma interdependência total entre os humanos e a natureza. Não existe ‘nós e a natureza’, nós somos natureza. Tudo o que fazemos que degrada o meio ambiente altera as condições de vida no planeta. O resíduo, quando mal destinado, libera metano — um gás 20 vezes mais potente que o CO₂ no efeito estufa. Precisamos de políticas que reduzam, reutilizem e reciclem os resíduos”, explicou.
Durante o painel, a embarcação recebeu a visita do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que acompanhou parte das discussões e falou sobre as políticas de gestão de resíduos no estado gaúcho. Ele sugeriu propostas sobre ações que são realizadas.
Painel Amazônia Que eu Quero debateu gestão de resíduos sólidos.
Patrick Marques/g1 AM
“Já avançamos para uma nova etapa, com a transformação desses resíduos em energia, por meio de usinas instaladas próximas aos aterros, e também em combustível, a partir do biogás. Recentemente, inauguramos uma usina de transformação de biometano para ser usado como fonte de energia em transportes e indústrias”, destacou o governador.
Leite também elogiou a proposta do Banzeiro da Esperança e a importância da participação popular nas discussões climáticas.
“O Banzeiro da Esperança é uma iniciativa superinteressante, que promove discussões e envolve a comunidade. A causa do clima não é apenas dos governos, é de toda a humanidade. Precisamos desse engajamento coletivo, e iniciativas como essa ajudam muito nesse processo”, disse.
O painel integra a série de encontros promovidos pela Fundação Rede Amazônica para estimular o diálogo sobre o futuro da região e reforçar o papel da Amazônia nas discussões climáticas globais.
A Fundação Rede Amazônica no centro do diálogo
A Fundação Rede Amazônica tem se consolidado como uma ponte entre diferentes setores da sociedade, promovendo debates que vão além da superfície das discussões políticas.
O painel sobre Reforma Tributária reforçou esse papel de mediação — conectando poder público, empresários e especialistas em um mesmo espaço de reflexão.FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/amazonia-que-eu-quero/noticia/2025/11/12/amazonia-que-eu-quero-painel-discute-solucoes-para-destinacao-de-residuos-na-amazonia-durante-a-cop30.ghtml