Cidade do Amazonas suspende aulas e serviços públicos durante operação da Polícia Federal contra garimpo
16/09/2025
(Foto: Reprodução) Dragas são destruídas em operação contra garimpo ilegal no Amazonas
A prefeitura de Humaitá, no interior do Amazonas, suspendeu as aulas e paralisou os serviços públicos nesta terça-feira (16), em virtude da operação da Polícia Federal contra o garimpo ilegal no município. A possibilidade de conflitos entre garimpeiros e agentes das forças de segurança motivou a ação.
A operação iniciou na segunda-feira (15), segue nesta terça, e tem como alvo a destruição de dragas utilizadas por garimpeiros no Rio Madeira em Humaitá e no município de Manicoré. Segundo a atualização mais recente divulgada pela PF, 71 dragas foram destruídas. Não há informações sobre prisões, mortos ou feridos.
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A destruição das balsas gerou uma manifestação dos garimpeiros, que se dizem insatisfeitos com a forma com que a operação é realizada, segundo apurado pela Rede Amazônica. Ainda na segunda-feira, houve princípio de tumulto. A polícia utilizou bomba de efeito moral e bala de borracha para conter os manifestantes.
Imagens registradas pela Rede Amazônica mostram que a orla de Humaitá foi isolada, com a presença de agentes da Força Nacional. Em outro ponto, é possível ver destroços que seriam resultado de um confronto. Veja no início da reportagem.
A ação integra os trabalhos desenvolvidos pela Polícia Federal desde 2023 no combate à mineração ilegal na região. Neste ano, a novidade é a atuação coordenada entre diferentes forças de segurança pública, coordenadas pelo Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia), e o Poder Judiciário.
STJ rejeitou pedido contra uso de explosivos
A operação acontece uma semana depois de o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitar um pedido da Defensoria Pública do Estado do Amazonas para impedir a Polícia Federal de usar explosivos na destruição de balsas de garimpo no Rio Madeira, especialmente na região de Humaitá.
No pedido, a Defensoria argumentou que o uso de explosivos transforma a área em uma "zona de guerra" e fere direitos fundamentais, como moradia e devido processo legal.
Ao analisar o caso, o ministro Francisco Falcão entendeu que não há provas suficientes para indicar ilegalidade ou abuso nas operações realizadas pelo Ministério da Justiça e pela Polícia Federal.
*Com informações de Raolin Magalhães, da Rede Amazônica
Área isolada em Humaitá durante operação da Polícia Federal contra garimpo ilegal
Raolin Magalhães/Rede Amazônica
Em julho de 2025, operação destruiu 16 dragas de garimpo ilegal encontradas em três rios no interior do Amazonas